V A T E
E eu meio que esperava mais de mim
Bancando o vate e até posando bem,
Errando à sombra de gigantes sem
Que certa treva fosse sobra e fim.
Medindo além da conta pedra em rim
Qual eco de caverna que não o tem,
Provando a cada adeus em cada trem
Sombrio um brio baço em verso ruim.
Mas tudo não passou de meio-tom
Na clave meia-boca de perder
Meu tempo, o passo em falso, o escasso dom.
Se agora, pois, insisto num mister
Que não pereça mas pareça bom,
Sou o mesmo, por dizer, quando outro ser.
E eu meio que esperava mais de mim
Bancando o vate e até posando bem,
Errando à sombra de gigantes sem
Que certa treva fosse sobra e fim.
Medindo além da conta pedra em rim
Qual eco de caverna que não o tem,
Provando a cada adeus em cada trem
Sombrio um brio baço em verso ruim.
Mas tudo não passou de meio-tom
Na clave meia-boca de perder
Meu tempo, o passo em falso, o escasso dom.
Se agora, pois, insisto num mister
Que não pereça mas pareça bom,
Sou o mesmo, por dizer, quando outro ser.