V A T E


E eu meio que esperava mais de mim
Bancando o vate e até posando bem,
Errando à sombra de gigantes sem
Que certa treva fosse sobra e fim.
 
Medindo além da conta pedra em rim
Qual eco de caverna que não o tem,
Provando a cada adeus em cada trem
Sombrio um brio baço em verso ruim.
 
Mas tudo não passou de meio-tom
Na clave meia-boca de perder
Meu tempo, o passo em falso, o escasso dom.
 
Se agora, pois, insisto num mister
Que não pereça mas pareça bom,
Sou o mesmo, por dizer, quando outro ser. 




 
Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 01/03/2016
Reeditado em 02/03/2016
Código do texto: T5560614
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