SIMULACRO

SIMULACRO

De catrâmbias, observo a efígie opaca

Com seus olhos vazios a olhar além

E através das pessoas, qual convém

À divindade ateia em moeda ou placa.

Lembra mulheres frias de ressaca

Aquela que à República mantém

Sua face impassível como quem

É capaz de romper outrem à faca.

Entrementes, o seu barrete frígio

Continua operar sempre o prodígio

De levantar as massas da cidade.

Esse ser que não é, que agora observo,

Dizem enfeitiçar o escravo e o servo

Como se o próprio olhar da Liberdade!

Betim – 28 02 2016