PILHEIRA

PILHEIRA

Não se usa rir d'aquilo que a outro fere,

Mesmo que seja tudo brincadeira.

Pois ferir para rir faz verdadeira

A dor que à perversão melhor sugere.

Ter gosto de pôr pilha em quem se altere

Tão-só por assistir-lhe a quebradeira

Ou, inopinado, expor sua caveira

É a graça que o estúpido prefere.

Outra pilheira n'outro abestalhado:

Veem-no igual besta-fera dar seus urros

E a tudo hostilizar com chutes, murros...

Passa em definitivo como o errado,

Enquanto no seu canto sorri mudo

O vero causador d'aquilo tudo!

Betim - 27 02 2016