o rosto
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o teu rosto. o teu rosto vezes cem
neste olhar por ti há muito violado
cada riso, cada gesto é um soldado
que marcha, que me toma por refém
o teu rosto a sonhos claros tingido
alumbra aquele canto do meu olhar
onde bóiam corpos, onde a dor e o azar
tramam vagas, onde o mar jaz ardido
se soubesses que os teus cabelos cantam
em cachos, ao som de risos qu'encantam
e frisam, a pratas, a tua fronte única !..
se soubesses, por tal perdão não rogo
quantas, vezes quantas entrei em fogo
ao sonhar-te d'âmbar sob a túnica !
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