NAS DO NOSSO ODIANA * Num terno enlevo
Talvez eu seja os versos que te escrevo
neste deslumbramento da Poesia
que vai além de nós, num terno enlevo,
e ganha a fantasia da magia.
Talvez meus versos sejam o delírio
da sede que em teus lábios queima intensa
e quer-me a chama trémula dum círio
a arder no sacrifício que te incensa.
Enleio derradeiro da promessa
cumprida de alma pura de ternura
que em lágrimas da vida se despeça.
Que o teu regaço ampare o meu Outono
e eu leve o teu soluço de amargura
para os confins do nada e do abandono!
José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 19/12/2015