INDULTOS
Tu sopras, furacão, inflamo a verve
despindo meus desvairos mais ocultos
que em versos se revelam, faço cultos
à tua exuberância, a pena ferve.
O coração feliz de ti se serve
e verte ardor, celebra seus indultos.
Eflúvios de segredos insepultos
que a luz dessa paixão louca os conserve!
Espargem fogo as letras, faz-se o preito,
decanto-te, mulher, e me deleito
por tuas maravilhas envolvido.
Derramam-se meus olhos fascinados,
poemas extravasam os pecados,
dou voz à fantasia, entorpecido.