CATIVEIRO

Do pássaro cativo ecoa o canto

Plangente, melancólico é seu brado

No céu, fita algodões angustiado

Deixando que a canção leve seu pranto

No cárcere cruel, sem acalanto

Não vê mais, a planar, o verde prado

E o viço do arvoredo ser rasgado

Por cursos d'água belos, seu recanto

A súplica não toca a fera insana

Não pode haver conforto atrás da grade

Mas sua insensatez é soberana

Não quer ver do seu ato a gravidade

"Alegra-se em gorjeio"... Ele se engana!

Apenas clama pela liberdade