Os choros do mundo
Oiço os choros do vento enfurecido
E observo sempre o mundo a ser roubado
Pelos senhores do dinheiro ouvido
Nas tantas mágoas dele escravizado.
Oiço o mar ondulado e enlouquecido,
Pelo fedor do lixo abandonado
Nele, e completamente adormecido
E esquecido, no mundo tão cansado!
Oiço o céu a chorar tão fortemente
Sobre as árvores, sobre as pedras, sobre
As casas, sobre a terra e sobre o mar,
E penso, e sofro, e grito, e ponho a mente
A funcionar, se vale a pena ao nobre
Mundo tudo isto apenas suportar?
Ângelo Augusto