Deixa o meu samba chorar

Oh espírito brasileiro, a alma da ginga,

Com tantos amores e festeiros,

A vida vou viver primeiro,

Vou beber, vou provar da pinga…

Oh amor, amantes, forasteiros,

Os gringos vem aqui dançar,

A música vem no tom certeiro

Para uma morena eu encontrar…

Dói o samba na dança do coração,

A lembrança da batida e do violão,

Quantas meninas dançam pela madrugada,

Quantas noites amaram-se da forma errada…

Que a música cresça e, entre todas

As músicas, sambe o samba brasileiro,

Sambe o sambista, o artista batuqueiro,

Que seja o samba dos modistas a moda…

Chora o cavaquinho, chora a rainha,

A rainha do samba, de cada escola,

Que chore o homem pelo que vinha

E pelo que vai na passarela toda

Pintada e enfeitada com a cultura

Nacional, vem nação indígena,

Vem enfeitar a banda futura,

Vem crianças prodigiosas,

E a dança e o ritmo enfeitam,

O som encanta, cada sambista

Samba, os participantes encantam,

Morre o branco egoísta…

E a obra resplandece e o belo

É mostrado pela passarela,

Cada artista que fê-lo

Sabe que o samba quem samba é ela:

A mulher brasileira, a musa

Dos poetas do samba,

Algumas serias, outras medusas,

Mas assim cada uma faz fama…

E, assim me despeço

Pelo escrito que deixo,

Eu seu tempo lhe peço

Com meu canto te mexo…

Não deixes que o branco te dome,

Seja brasileiro índio natural,

Chore como o povo onde dorme

No coração dessa gente sentimental…

Ulisses de Maio
Enviado por Ulisses de Maio em 26/02/2016
Reeditado em 26/02/2016
Código do texto: T5556290
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.