Quando...

Quando em sua doce boca emudecer o canto

Das palavras melífluas à terna cantiga

E no seu rosto grácil destilar o pranto

Que a mágoa, gotejando morosa, n'alma irriga

Quando esses olhos céruleos desfazerem o encanto

Da sua formosa face, rubicunda e amiga

E na sua pele látea, desbotar d'espanto

Feito uma catedral de colunata antiga

Nunca abandonarei-lhe, minha ninfa amada

Mesmo que tornem débeis os raios d'estio

E, extinta a luz...rutilante d'alvorada

Assim, no horizonte funesto e sombrio

Deitados, sob a névoa densa da madrugada

Estaremos juntos...envoltos num lençol alvadio.