MARINHAS

MARINHAS

Porque n'uma manhã de muito sol,

Ele ousou pôr à sombra o cavalete.

À frente, o fim da estrada lhe promete

A paz n'outra paisagem com farol.

E havia um pescador e seu anzol

Nos arrecifes já feito joguete

Pela arrebentação que se repete

Mais fumarolas indo em caracol.

O mar, encapelado e sem navios,

Se descortina em tantas cores, tons,

Que, à palheta, percebe-se até sons!

Sua visão, mais que costões bravios,

Fixava o ensolarado sentimento

Com que se refestela no momento.

Betim - 15 09 2014