Marco Antônio vela Júlio César
Bons compatriotas! Dêem a mim ouvido!
De César não cá vim cantar a glória.
Usura é falta grave e vexatória,
Décimo Bruto o disse; revalido.
Onde há, porém, ganância nessa história?
De augustos louros Caio há-se abstido
Em Lupercal! Por que este vil latido
Disfarçais vós de lógica oratória?
Cobiça é de sustância assaz austera.
Não pranteou convosco ele, com orgulho,
Os prantos que a República vertera?
Ó juízo! Te entregaste às bestas brutas!
Ó Roma! Tu que tanto amaste Júlio,
Agora, em traidor escarro, o imputas.