Bandido de mim
Surgiu do nada, em silêncio, fazendo barulho em mim,
E em uma agilidade sacou de seu olhar já me rendendo,
Prensou-me contra sua parede, tateando meu ser, enfim,
E nem precisou do: ‘mãos ao alto’ já foi me prendendo.
Roubou e apossou-se ao limite da minha concentração.
Meus beijos se sentem extorquidos, só querem os seus,
Saqueou meus sonhos antigos, se colocou em prontidão
Todas as minhas vontades; arrancou. Fez-se ali um Deus.
Trapaceou-me, há motim em meu recinto e adjacências,
Salteou os meus sentimentos e da minha carne, larápio.
Assaltante da minha emoção, da minha tez fez cardápio.
Torturada por desejos; há em mim tantas escorrências,
E minha paz foi violentada por seu sussurro no ouvido,
Ao contrario, tornei-me cativa com o seu jeito bandido.
Uberlândia MG
Soneto infiel – sem métrica
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