NAS ÁGUAS DO NOSSO ODIANA * Ao anoitecer
Bailavam nos teus lábios os sorrisos
de um mágico dulçor de primavera…
Surpreso, tolhe-me a algidez severa
e os meus sentidos sangram indecisos…
Que noites de invernia e solidão
maturam madrigais primaveris?
Que anelos de sortílego matiz
gerar anseiam nova floração?
Que sonhos impossíveis acalentas?
Que enternecida angústia te incendeia?
Que enlouquecidos êxtases sustentas?
Que sedução antiga de sereia?
Que perdição, agora? Que tormentas?
Bendito anoitecer de lua cheia!
José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 14 de Dezembro de 2015,