Estação de nós
Através da mínima fresta da porta de mim,
Senti o raio do sol do seu verão se adentrar,
Tinha um quê de vontade e um querer afim,
Era de uma ardência, o mais louco desejar.
Sua brisa matinal, do passado; varreu folhas,
Outonei-me no doce sabor dos seus carinhos,
E nessa nossa estação não precisei escolhas,
E no galho dessa frondosa brasa erigi ninhos.
Aqueceu meu vazio, agora nada mais abstrato,
Teci lãs suaves e envolvi-me em suas carícias,
Usei os seus lençóis e encobri nossas delícias.
É; nosso tempo concreto, corpos em um trato,
Erguiam-se brotos de anseios, cheiro esparziu,
Em cantos e canteiros de nós, primavera floriu.
Uberlândia MG
Soneto infiel – sem métrica
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