Estação de nós

Através da mínima fresta da porta de mim,

Senti o raio do sol do seu verão se adentrar,

Tinha um quê de vontade e um querer afim,

Era de uma ardência, o mais louco desejar.

Sua brisa matinal, do passado; varreu folhas,

Outonei-me no doce sabor dos seus carinhos,

E nessa nossa estação não precisei escolhas,

E no galho dessa frondosa brasa erigi ninhos.

Aqueceu meu vazio, agora nada mais abstrato,

Teci lãs suaves e envolvi-me em suas carícias,

Usei os seus lençóis e encobri nossas delícias.

É; nosso tempo concreto, corpos em um trato,

Erguiam-se brotos de anseios, cheiro esparziu,

Em cantos e canteiros de nós, primavera floriu.

Uberlândia MG

Soneto infiel – sem métrica

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Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 25/02/2016
Código do texto: T5554802
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