ETERNO ABRIGO...

Na hora do crepúsculo sombrio

Minh’alma que partia chorou tanto

Ao ver meu corpo inerte pelo frio

Na urna mortuária sob um manto...

Havia muitas nuvens pelo Céu

Borradas de vermelho e cinza forte

E o Sol já quase morto, o batel

Que conduzia à noite a minha morte...

Eu vi na madrugada ainda nova

Um velho bem cansado abrir a cova

Que logo me seria o eterno abrigo...

Chorei demais ao ver o meu velório

E cedo da manhã o mais simplório

Cortejo me levar ao meu jazigo...

Arão Filho

São Luís-MA, 24 de Fevereiro de 2016.