MALOCCHIO

MALOCCHIO

Fere-me o metal frio da perfídia,

Enodoando uns vãos panos uns vis vinhos.

Pensamentos tão maus quanto mesquinhos

M'envenavanam com maldade ofídia.

Tombo em meio às lamúrias d'outra insídia

E padeço d’humores tão daninhos.

Farto já de arrivistas e adivinhos,

Talvez poete um monólogo multimídia:

-- "Um peito empedernido, um olho mau...

Uma outra noite escura, uma outra estrada...

Vou... Vazio de tudo; cheio de nada!"

"Se olho para trás, estátua só de sal.

À frente há a luz com que alheio me cego,

Sem ver sequer os males que carrego."

Betim - 12 10 2011