O CINISMO DO CANALHA
Forjado como homem sério,
Aureolado de mistério,
A falar mal dos errados
– E de outros já enterrados!
Se envolvido em corrupção,
“Abre” sempre o coração
Com palavras de moral
– Seu diário é mero ato oral!
A mentira nos pespega,
Mas no discurso que emprega
Nega a maldita intenção.
Seu cinismo cheira mal,
Igual à carne sem sal
Entrando em putrefação.
Cf. MARTINS, Oswaldo Francisco. Versejando em sonetos. Salvador: EGBA, 2006. 258 p. p.135.