O AUTOSSEPULTAMENTO DE UM DESUMANO
É desgraçado e enxerido,
Tendo caráter medonho,
Rouba o vivo e o falecido
– Roubaria mesmo em sonho!
Desumano e irracional
Em sua ação vacilante
Cospe no prato afinal
– Pois não é gente bastante!
Forjador das aparências
E ludibriador do mundo,
Sem medir as consequências.
Por fim rende–se ao mistério
Do feral buraco fundo
Da cova no cemitério!
Cf. MARTINS, Oswaldo Francisco. Versejando em sonetos. Salvador: EGBA, 2006. 258 p. p.126.