OCASO
D'olhar dourado o céu, saudoso, chora
De rubro a face anil é colorida
O rei se esconde, desce, vai-se embora
O riso é majestoso... Despedida!
Refúgio seu, das matas se enamora
E, cúmplices, ofertam-lhe acolhida
À espreita, a bela dama não demora
A engalanar a tela enegrecida
Nas águas deita o brilho derradeiro
As nuvens, como em séquito, o luzeiro
Ladeiam, graciosas, reverentes
Repouso merecido do gigante
Pintura sem igual, emocionante
Que alumbra corações leves, contentes