A mente do poeta

A mente do poeta mente em verdade aberta,

Constrói sem ter meta, arquiteta, é demente,

Habita nela sempre a seta quente em alerta,

Circunspecta num automático e vai em frente.

A mente do poeta sente; é inocente criança,

Entorna além, e nada ela veta, colore escritas,

Equivalente ao baú de realidade e lembrança,

De sentires, de olhares, coisas lindas negritas.

A mente do poeta é lente, é cerne lá na altura

É a alma com nariz de palhaço e o faz pateta,

Nem tente, é saber só dele, e só ele o projeta.

A mente do poeta é quente e borbulha loucura,

É gente, é vento, coração, abstrato, e inquieta,

É mundo, céu, orco... É vida a mente do poeta.

Uberlândia MG

Soneto infiel – sem métrica

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Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 22/02/2016
Código do texto: T5551466
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