Casto amor...

Como é duro roer o pão adormecido

Dormir quase nu sobre o lajedo duro

Oh! comer caviar e arrotar rapadura!

Degustar o amor não correspondido...

Deu-se o milagre, um poeta além-mar

Na cordilheira de-lírios sob contendas

Vira e mexe na chama que não entende

Ó soberba inexata no soneto irregular!

Ah, regula-se as sobras do pensamento

Jamais lamento aos braços da espanhola

Tampouco, Dali com bigode de jumento

Salvo-conduto do beijo mais exótico

Dois amantes à sombra da castanhola

Jura-secreta ao abraço inda metódico

Gilberto Oliveira
Enviado por Gilberto Oliveira em 21/02/2016
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