SEM VOCÊ NÃO DÁ....

O vento que empurra o portão enferrujado,

E espalha as secas folhas de uma macieira,

Traz consigo uma dor pra mim tão rotineira,

Que eu a chamo irmã de um peito magoado.

O frio que acompanha a folha ventaneira,

Encontra em minhálma um outro ser gelado,

Tão rijo, de um existir que por desalentado,

Sonha que será cada respiração a derradeira.

A chuva que precede sempre a ventania,

Escorre indiferente nos vidros da janela,

E tem sido tão somente a minha companhia,

Na memória a imagem ficou dos olhos dela,

Da última vez em que os olhos meus a via,

E hoje na tristeza tenho minha parentela.

Saulo Palemor
Enviado por Saulo Palemor em 19/02/2016
Reeditado em 25/01/2017
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