SEM VOCÊ NÃO DÁ....
O vento que empurra o portão enferrujado,
E espalha as secas folhas de uma macieira,
Traz consigo uma dor pra mim tão rotineira,
Que eu a chamo irmã de um peito magoado.
O frio que acompanha a folha ventaneira,
Encontra em minhálma um outro ser gelado,
Tão rijo, de um existir que por desalentado,
Sonha que será cada respiração a derradeira.
A chuva que precede sempre a ventania,
Escorre indiferente nos vidros da janela,
E tem sido tão somente a minha companhia,
Na memória a imagem ficou dos olhos dela,
Da última vez em que os olhos meus a via,
E hoje na tristeza tenho minha parentela.