SONETO DO AMOR RASGADO!
Eu vou cantar ao mundo minha sina,
Por versos assim tão exagerados,
Que mesmo um louco ao ler terá cuidado
Para não por sua mente em ruína.
Serão versos sobre um amor rasgado,
Amor desses que mata quem o tem,
E enquanto mata, cuida que faz bem,
E faz-nos regozijar com seu maltrato.
Amei, como já prevês, caro amigo,
Mas recebi do amor só o desprezo,
E de seu capricho já estou cativo.
Ele há de me matar (é seu desejo),
Com tal frieza, tal olhar altivo,
Que em sete partes abrirá meu peito.