Vê, filho!

Mas como balançam! Galhos secos, almas sonolentas,

espetáculo estranho de humanidade e adoração.

Atos, gritos, amor despedaçado em mãos de ladrão.

Balançam! Balançam! Pra lá e pra cá numa dança cruenta.

As grades separam segredos, murmúrios de traição e glória,

onde os espectros se espremem e se dão em horror.

Amores profanos, profanos sagrados... Como confunde a dor!

Estalam socos nas costas de quem resta em memória.

Vê, filho! Vê lá como andam curvados nossos filhos.

Vergonha e vexame nos versos de outrora tão ricos,

temerários discursos de aniquilação às mães desta terra.

Vê, filho! São infecundos os desejos de quem se sufoca

e aguarda o nascer do sol, quadrados perfeitos de selva exótica...

Vê que é hora de ressuscitar antes que inventem um terceiro dia.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 19/02/2016
Código do texto: T5548738
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.