Vê, filho!
Mas como balançam! Galhos secos, almas sonolentas,
espetáculo estranho de humanidade e adoração.
Atos, gritos, amor despedaçado em mãos de ladrão.
Balançam! Balançam! Pra lá e pra cá numa dança cruenta.
As grades separam segredos, murmúrios de traição e glória,
onde os espectros se espremem e se dão em horror.
Amores profanos, profanos sagrados... Como confunde a dor!
Estalam socos nas costas de quem resta em memória.
Vê, filho! Vê lá como andam curvados nossos filhos.
Vergonha e vexame nos versos de outrora tão ricos,
temerários discursos de aniquilação às mães desta terra.
Vê, filho! São infecundos os desejos de quem se sufoca
e aguarda o nascer do sol, quadrados perfeitos de selva exótica...
Vê que é hora de ressuscitar antes que inventem um terceiro dia.