Os teus cabelos, negros como a dor,
são cascatas bravias de desejos
que a alma do vate inunda em mil lampejos,
e, a mergulha em perigoso torpor!
Quis tocá-los, um dia, com fervor!
Porém eu sei: não haverá ensejos;
quimera que o vate viveu sem pejos,
na fantasia do desejo e amor!
Mas, retornando à vida em solidão,
sondando o que restou no coração,
me pego a te escrever assim tristonho...
De tudo, restou-me a ilusão vivida
que uso, qual mortalha enegrecida,
pra envolver o cadáver do meu sonho!
Imagem: Google
Som: Vivir ( desconhecido)