Entre um café e outro

Que saudades eu tenho daquele tempo na fazenda,

Papai acordava bem cedo e mamãe já estava de pé,

A mesa da cozinha tão asseada e forrada em renda,

Rosca, pão de queijo, bolo de fubá, chá, leite e café.

E essa cena era digna de propaganda de margarina,

Um por um os filhotinhos da mamãe iam acordando,

Banhava o rosto, escovava dentes, só eu de menina,

Inda com preguiça, mas num instante se arrumando.

E papai ia para curral, ordenhava todo aquele gado,

Bezerrinho amarrado à pata dianteira, e tão ansioso,

O nosso cachorro ‘Cacique’, sempre ali do seu lado.

Mamãe levava café no curral. Ah, um cheiro danado!

E quando papai ia capinar, levava o liquido precioso.

Entre um café e outro, sem notar o dia havia findado.

Uberlândia MG

Soneto infiel – sem métrica

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Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 19/02/2016
Código do texto: T5548465
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