Entre um café e outro
Que saudades eu tenho daquele tempo na fazenda,
Papai acordava bem cedo e mamãe já estava de pé,
A mesa da cozinha tão asseada e forrada em renda,
Rosca, pão de queijo, bolo de fubá, chá, leite e café.
E essa cena era digna de propaganda de margarina,
Um por um os filhotinhos da mamãe iam acordando,
Banhava o rosto, escovava dentes, só eu de menina,
Inda com preguiça, mas num instante se arrumando.
E papai ia para curral, ordenhava todo aquele gado,
Bezerrinho amarrado à pata dianteira, e tão ansioso,
O nosso cachorro ‘Cacique’, sempre ali do seu lado.
Mamãe levava café no curral. Ah, um cheiro danado!
E quando papai ia capinar, levava o liquido precioso.
Entre um café e outro, sem notar o dia havia findado.
Uberlândia MG
Soneto infiel – sem métrica
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