Não direi do amor versos magoados
Não direi do Amor versos magoados,
Lamentosos, irados, maldizentes...
Como bens do passado, agora ausentes;
Nas ausências, em males transformados.
Os meus versos têm cortes suturados,
Cicatrizes que faço reluzentes,
Têm sofreres, belezas imanentes,
E têm ritmos de frevos e de fados.
Com Amor rimarei alumbramento,
Oceanos, revoo, pranto, vício
E também com infância e traição.
Tanto o mel quanto o enxame e seu tormento.
Posto o Amor, é cair num precipício,
Pois ao céu conduziu um coração.