Ei moço!
Ei moço!
Um doce a criatura que eu olhei
Bater em meu portão, tão pequenina;
Vestidinho rasgado... Tão franzina...
Ao ver o seu olhar me emocionei...
Descalça ela pisava o asfalto quente
Nas mãos uma caneca bem sujinha
Faltavam-lhe na frente os dois dentes
Mesmo assim era linda a menininha...
Seus olhos de tristezas esquecidos
Olhavam-me inseguros, tão sofridos,
Causando-me profunda comoção...
Sequer tirei o olhar dos seus olhinhos;
Ouvi quando ela disse bem baixinho:
Ei moço, o Senhor pode me dar pão?
Arão Filho
São Luís-MA, 18.feve.2015.