Fúnebre - fase negra -
"Que ninguém doma o coração de um Poeta"!
Augusto dos Anjos
Fúnebre
Espectro, fúnebre, de almas penadas,
Eis um soneto que escorre em águas,
Vou Lavando, e apagando dor d'alma,
Só por instinto e mais absoluto, nada.
Como se fora num eterno, vil velório,
Construído aos gritos das carpideiras,
No caixão nenhuma flor de laranjeira,
Ela morreu virgem, até no purgatório.
Saiu do sanatório, louca descabelada,
Infeliz-nua, suada, suja desgrenhada,
Dor sangrando pelas ruas, e açoitada.
Saiu cambaleando, cega, pela calçada,
Ninguém conteve, os anjos, e guardas,
E Jaz, morta por pauladas, e pedradas.
Tony Bahi@.