HOMICIDA

HOMICIDA

Recebe o coice d'arma e após recua

Enquanto que, matando o outro, o vê cair.

Nada mais há por ver e nem por vir...

Só silêncio na noite em plena rua.

Sigo por entender a causa sua,

Ainda que me force a lhe assistir

Outra ascensão e queda do existir

Havida sem estrela ou sequer lua.

E são as mesmas luas, todavia.

E são as mesmas ruas onde um dia

Eu vi os olhos frios do homicida.

Ele me viu a vê-lo. Foi-se embora...

Abalou pelo escuro até a aurora

Luzir por sobre o sangue na avenida.

Betim - 17 05 2013