Quando da vida a pálpebra mundana

Quando da vida a pálpebra mundana

se unir naquele breu que é derradeiro,

como alguém que se eleva num outeiro

a fim de conhecer, pois não se engana,

tudo o que existe após larga e plana

vastidão onde habita o ardor primeiro

do arcano basilar, na morte, inteiro

meu juízo há de ficar — e já se ufana.

E co's os sensos da vida já libertos,

elevarei louvores aos acertos;

quanto aos erros, mencione quem não erra!

Hei de os negar por toda a eternidade,

com meu altivo olhar de inimizade,

neste ego que cultivo ainda na Terra.

Marcel Sepúlveda
Enviado por Marcel Sepúlveda em 16/02/2016
Reeditado em 16/02/2016
Código do texto: T5545839
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