Quando da vida a pálpebra mundana
Quando da vida a pálpebra mundana
se unir naquele breu que é derradeiro,
como alguém que se eleva num outeiro
a fim de conhecer, pois não se engana,
tudo o que existe após larga e plana
vastidão onde habita o ardor primeiro
do arcano basilar, na morte, inteiro
meu juízo há de ficar — e já se ufana.
E co's os sensos da vida já libertos,
elevarei louvores aos acertos;
quanto aos erros, mencione quem não erra!
Hei de os negar por toda a eternidade,
com meu altivo olhar de inimizade,
neste ego que cultivo ainda na Terra.