DESILUSÃO
"Não te invejo, amor, essa indiferença, viver neste mundo sem amar, é pior que ser cego de nascença."
(Florbela Espanca)
DESILUSÃO
Em vão permitir-se voar tão alto, ao amor dar asas,
Doar a outrem, nossos mais densos sentimentos,
Como folhas secas serão carregados pelo vento,
E qual indigente sepultado por aí em cova rasa,
Tolice aprisionar na alma inquieta tantos ais...
Acalentar no dorido peito, um amor crucificado,
Soluços presos enternecidamente mortalhados,
Enlutar a vida pela morte de sonhos irreais,
Inútil! Simplesmente inútil tanta dor, ansiedade,
Pela perda do que supostamente não existiu,
Visto que o que era pra dois, apenas um sentiu,
Bobagem deixar que o amor renasça na saudade,
E no minuto seguinte, mais uma vez vê-lo morrer,
No sepulcral silêncio, que faz minh'alma padecer.
(Edna Frigato)
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Interação do queridíssimo poeta e amigo J. Estanislau Filho. Obrigada, poeta! Sua interação é sublime!
"No sepulcral silêncio" nascem anêmonas
Com seus esplêndidos tentáculos
Vagam no mar por muitas semanas
Engolem suas presas em espetáculos.
(J. Estanislau Filho)
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