DESILUSÃO

"Não te invejo, amor, essa indiferença, viver neste mundo sem amar, é pior que ser cego de nascença."

(Florbela Espanca)

DESILUSÃO

Em vão permitir-se voar tão alto, ao amor dar asas,

Doar a outrem, nossos mais densos sentimentos,

Como folhas secas serão carregados pelo vento,

E qual indigente sepultado por aí em cova rasa,

Tolice aprisionar na alma inquieta tantos ais...

Acalentar no dorido peito, um amor crucificado,

Soluços presos enternecidamente mortalhados,

Enlutar a vida pela morte de sonhos irreais,

Inútil! Simplesmente inútil tanta dor, ansiedade,

Pela perda do que supostamente não existiu,

Visto que o que era pra dois, apenas um sentiu,

Bobagem deixar que o amor renasça na saudade,

E no minuto seguinte, mais uma vez vê-lo morrer,

No sepulcral silêncio, que faz minh'alma padecer.

(Edna Frigato)

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Interação do queridíssimo poeta e amigo J. Estanislau Filho. Obrigada, poeta! Sua interação é sublime!

"No sepulcral silêncio" nascem anêmonas

Com seus esplêndidos tentáculos

Vagam no mar por muitas semanas

Engolem suas presas em espetáculos.

(J. Estanislau Filho)

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Edna Frigato
Enviado por Edna Frigato em 16/02/2016
Reeditado em 23/02/2016
Código do texto: T5545150
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