FANTASMAGÓRICO
FANTASMAGÓRICO
Sinto inundar-me o halo de luz vinda
Da lua por desoras no meu leito.
Célere me acelera agora o peito
Com que saúdo a morte em vida ainda.
A despeito de minha história finda,
Não vejo o que fazer de qualquer jeito:
A morte é antes facto que conceito,
Muito embora quimera; embora linda...
De que me vale ser sem minha carne?!
Como alegrar-me em ser eterno e etéreo?!
Em meio a luzes feitas de mistério,
Qu’eu faleça, ou melhor, qu’eu desencarne!
Seguindo para a luz, transcenda enfim,
Enquanto eu me deixar de ser em mim.
Betim - 11 11 2010