Envenenada
Ela anda, soberba, pelas ruas
Pisa em nuvens de seu próprio vapor
Muito além dos problemas dos humanos
Muito aquém de entender o amor
Ostenta o garbo de fera ferida
Revidando até ataques supostos
Envenena flechas que não atira
Mas precisa senti-las sempre a postos
Na calada da noite ela se despe
Da maldade no elmo acumulada
As lágrimas ela mastiga e cospe
O Sol apenas seu corpo desperta
A alma continua amargurada
Quando ela usa a máscara de esperta.
(Verônica - 13/02/2016)