Lição da Caatinga
As árvores, com galhadas desnudas,
Como espectros, para o alto dirigidas,
Até parecem que suplicam, mudas,
Pela indispensável água da vida.
Mas esperam com calma, resignadas,
Pelas benesses do Pai que não faltam,
E, outrora, esplendorosas, orvalhadas,
Multicoloridas, os céus exaltam.
Deus, quando me visitar a aridez,
Se, então, convicções virarem talvez,
Fortalece a fé no meu coração.
Que brilhe em mim a graça da certeza,
Como acontece com a natureza,
Esperando as águas da salvação.
Sobral (CE), 26 de setembro de 2015
Carlos Guimarães