Você há de me esquecer
Em uma rua qualquer quando um outro sorriso
fizer teu gozo ressurgir altivo, pleno de alegria,
quando você desatinar inteiro e perder o siso
e eliminar, da carne, minha teia, em alforria;
Há de me esquecer quando pelas tuas noites,
não mais sentir o aroma doce que te envio
ou não perceber as marcas dos suaves açoites
que te deixo lanhados na pele, com meu cio;
Talvez consiga sorrir de novo, nessa tua vida,
quando a curva do rio se endireitar de águas plenas
e a estrada não for tão íngreme e tão desvalida;
Talvez, quando conseguir que as chamas me domem
e o delírio do cheiro das minhas ancas e melenas,
se desgrudarem, finalmente, do teu suor de homem.
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