INSÍDIAS

INSÍDIAS

Vens co’as mãos estendidas, suaves falas...

E abraças ocultando-se o punhal.

Tens as boas maneiras que tão mal

Fazem àquelas tolas que bem calas.

Sempre amistoso e vão a narrar galas,

Tu confundes com ânimo jovial,

Enquanto já preparas, afinal,

O laço que nos joga pelas valas...

De discurso arrastado e insidioso,

Foste desarmando uma a uma as reservas

Levantadas ao assalto melindroso.

Mas quando por fim triunfas, tu te enervas

Sorrindo n’um esgar de mofa e gozo

Sobre as donas que tornas tuas servas!

Betim - 12 02 2014