O bode
Teus olhos, de pupilas horizontais,
Fitam o grande, vasto desconhecido
Tão perscrutado, mas nunca compreendido
Pelos inexperientes olhos dos mortais.
Os chifres, que na cabeça ostentais,
São como régio diadema garrido
De valor que não pode ser exprimido
Por ouro, diamantes ou coisas tais.
Bode – de Satã animal de estimação!
Ensina-me os segredos de teu senhor
E aprendê-los-ei com toda a dedicação…
Transporta-me aos báratros onde, em estupor,
Dorme o diabo absorto em meditação,
Sonhando com os tempos de seu esplendor!