O bode

Teus olhos, de pupilas horizontais,

Fitam o grande, vasto desconhecido

Tão perscrutado, mas nunca compreendido

Pelos inexperientes olhos dos mortais.

Os chifres, que na cabeça ostentais,

São como régio diadema garrido

De valor que não pode ser exprimido

Por ouro, diamantes ou coisas tais.

Bode – de Satã animal de estimação!

Ensina-me os segredos de teu senhor

E aprendê-los-ei com toda a dedicação…

Transporta-me aos báratros onde, em estupor,

Dorme o diabo absorto em meditação,

Sonhando com os tempos de seu esplendor!

Galaktion Eshmakishvili
Enviado por Galaktion Eshmakishvili em 11/02/2016
Reeditado em 07/11/2020
Código do texto: T5540054
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