SONETO DO ENGANO.
SONETO DO ENGANO.
Essa mulher que se diz feia,
não sabe de beleza um pouco,
é linda como uma lua cheia,
certo qual certeza de um louco.
Essa mulher que morre no espelho,
de tanto olhar tua santa escultura,
e depois se veste de vermelho,
sentindo-se o frio da sepultura.
Essa mulher passa a vida inteira,
achando de todos o maior dos cacos,
e as vezes mergulha na bebedeira.
Sofre todas as dores da alma,
revela a tristeza nos olhos opacos,
morre, sem sentir o belo da calma.