A Neve
José Paes
Ao ver os meus cabelos se nevando,
lembro-me das ramagens quando geia,
em noites invernais, de lua cheia,
sob os beijos sutis de um vento brando.
Elas se nevam, mas de vez em quando…
Tornam-se brancas, brancas, mais que a areia
de onde se ouvia o canto da sereia
e onde as sereias de hoje estão cantando…
Mas às ramagens volta o verde lindo
enquanto vai o gelo se sumindo
ao doce sol dos dias invernais.
E esta neve caída em meus cabelos,
é perene e eu me lembro disso ao vê-los,
e sei que pretos não se tornam mais!…
Soneto de autoria do meu saudoso pai, o poeta José Paes, falecido em 2011, às vesperas de completar 90 anos.
José Paes
Ao ver os meus cabelos se nevando,
lembro-me das ramagens quando geia,
em noites invernais, de lua cheia,
sob os beijos sutis de um vento brando.
Elas se nevam, mas de vez em quando…
Tornam-se brancas, brancas, mais que a areia
de onde se ouvia o canto da sereia
e onde as sereias de hoje estão cantando…
Mas às ramagens volta o verde lindo
enquanto vai o gelo se sumindo
ao doce sol dos dias invernais.
E esta neve caída em meus cabelos,
é perene e eu me lembro disso ao vê-los,
e sei que pretos não se tornam mais!…
Soneto de autoria do meu saudoso pai, o poeta José Paes, falecido em 2011, às vesperas de completar 90 anos.