Desejo
Surge dentro da gente, coisa estranha,
E tem vida própria, Inexplicavelmente,
E não adianta ir contra, força tamanha,
É algo arraigado, a carne fica candente.
Lateja na pele e encrespa as entranhas,
Uma vontade aos berros e tão indigente,
Uma forma desprovida cheia de manhas,
É uma cobiça tosca, uma coisa demente.
O desejo por si rompe a alma, assanha,
É taquicardia que nenhum corpo mente,
Nos quartos, cozinha doce é abrangente.
Desejo é natureza libertina, não acanha,
Tão nossa; tão na veia e tão pertinente.
Anseio que só sabe apenas quem sente.
Uberlândia MG
Soneto infiel – sem métrica
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