Desejo

Surge dentro da gente, coisa estranha,

E tem vida própria, Inexplicavelmente,

E não adianta ir contra, força tamanha,

É algo arraigado, a carne fica candente.

Lateja na pele e encrespa as entranhas,

Uma vontade aos berros e tão indigente,

Uma forma desprovida cheia de manhas,

É uma cobiça tosca, uma coisa demente.

O desejo por si rompe a alma, assanha,

É taquicardia que nenhum corpo mente,

Nos quartos, cozinha doce é abrangente.

Desejo é natureza libertina, não acanha,

Tão nossa; tão na veia e tão pertinente.

Anseio que só sabe apenas quem sente.

Uberlândia MG

Soneto infiel – sem métrica

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Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 04/02/2016
Código do texto: T5533867
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