VENDE-SE
VENDE-SE
Dos barbacãs do arrimo alguns filetes
Minavam, esverdeando a pedra escura,
À vossa velha sede igual pintura
Depois de ter chovido canivetes.
Mais acima, elevavam-se ciprestes
Por flanquear o caminho que se apura
A uma vernacular arquitetura,
Cujas ruínas mui bem conhecestes...
Não tendes, com certeza, olhos enxutos
A ver o que restara da fazenda
Onde voltais a custo entre ais e lutos.
E agora que ides, pondo-a enfim à venda,
Lembrai d'aqueles olhos sempre astutos
Do velho morto sem que vos entenda...
Betim - 07 01 2016