Degustação-fase negra-

Inspirado no soneto "Anticristos"

do mestre: Miguel Jacó

Degustação

Como se fora n'um altar, ajoelhado,

Leio os teus versos entre o Profano

E Sagrado que se perdem nos anos,

No agora, entre mares estou ilhado.

Socorra-me Óh Sol, agarrado à Lua!

Nas nuvens me perco nos algodões,

Visto-me de feno, neve, nos porões,

Antes de esfarelar, as estrelas nuas.

Sentindo, só fiel crueldade humana,

E se creio até em quem me engana,

Um suposto rei fui, já que sou findo.

Celebrando a minha morte sorrindo;

Numa imensa mesa saúdo e celebro,

Degustando, o meu próprio cérebro.

Tony Bahi@.

Tony Bahia
Enviado por Tony Bahia em 04/02/2016
Reeditado em 05/02/2016
Código do texto: T5532893
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