Desnuda

E a poesia me faz assim, desvestida de mim,

Peças soltas se juntam em um branco papel,

Minudências do corpo, alma e boca carmim,

Arranca sapatos, lingerie e por ultimo o véu.

Arrebata da minha essência qualquer roupa,

Bulina o meu intimo com tamanha vontade,

E ela me despe totalmente, nem me poupa.

Provoca os meus sentidos, minha veleidade.

A poesia me pinta lasciva, devassa em linha,

Divulga toda a minha excitação pelo avesso,

A minha volúpia grita e até me desconheço.

E a poesia suga a tara de ti que aqui aninha,

E externa as intimidades dos meus universos,

No ápice ejacula o gozo de grafite em versos.

Uberlândia MG

Soneto infiel – sem métrica

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Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 03/02/2016
Código do texto: T5532838
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