Vale das sombras
"À meia-noite, em silêncio eternal,
Fitei, na Treva, um venusto jardim;"
Renan Caíque - (Renan Tempest)
Nas sombras elevadas dos horrores,
Que ao mau agouro, alcunha o mal dos luares;
Inda assisto aos zumbis mais singulares
Nas carnes excessivas e nas dores.
A morte - uma operária dos terrores,
Com os olhos carnívoros dos pares;
Assiste à noite mórbida dos lares
Funerais, fito, em rosto dos ardores.
Uma melancolia augusta e pura,
A alma que se transforma o fantasma atro
Com um luzir da tépida figura.
À meia-noite, a doce maldição
Que surge a sânie, os ossos vis são quatro;
As carnes do zumbi, sem coração.
Lucas Munhoz
(02/02/2015)