O anteparo
Onde a alvacenta mão nunca se atreve
a pousar, esta tua, Rainha Nossa,
ergue os cruéis, os mares da alma adoça
e faz do sofrimento um tempo breve.
Como o vento que empurra a folha leve,
um coração o mundo leva e apossa,
sufocando a Verdade p'ra que possa
fazer com que a alma nunca mais se eleve.
E nesta podridão na qual estamos,
chorando e procurando por amparo,
entre o gume das pedras e atros ramos,
Tu vens e reconfortas com seu claro
manto, pelo qual nós sempre clamamos,
buscando a ilusão: és nosso anteparo.