A MALDITA BOCA ILÓGICA

Luciana Carrero

A boca era só tudo o que falava

Dizia praga que era de tormento

Só era lábio e de estupor se inflava

Quem estava morria em detrimento

Exdrúxula era a hora em que a ouviam

Não tinha fim a história que narrava

A surpresa, nem isso é o que que teriam

Porque o nada era o fim que a si chegava

Será que falava em fenecer súbito

Ou prostrar a todos num só decúbito?

Ninguém viveu para explicar mistério

Não olhe para o sol por trás da lua cheia

Nem ouça segredo em parede e meia

Nem visite finado em cemitério