Sonho e esperança
Deixe que os sonhos errem pela bruma
que inebria os espíritos valentes,
com seus aromas doces e envolventes,
como as emanações que exala a espuma.
Como a água que por entre às pedras ruma,
polindo as superfícies brandamente,
o mesmo faz o sonho nestas mentes
exaustas de viver na ação nenhuma.
O sonho faz que a mágoa se disperse
em derredor, até que se desfaça
em grânulos passivos, a cair.
E então há de colher-se a extensa messe,
que erige-se nas almas com sua graça,
pois maior que o tormento é o porvir.