Soneto de um Ideal
José Paes
Não me sinto a sonhar em plena noite calma
Nem para mim se apaga o vitalício senso,
Mas eu tenho um pensar que mais e mais me acalma
E cheio de fervor é que exponho o que penso:
No fraterno ideal que fulgura em minha alma,
Como a estrela maior no eterno azul imenso,
Vejo a estrada de luz que sobe, que se espalma
E traz o bem comum à pátria a que pertenço.
E desse grande bem me torno paladino;
Minha lança eu a fiz do verso alexandrino,
E de musa me vem auxílio perenal.
Como vedes, irmãos, a lutar decidi-me!...
E eis-me a levar, riste, a minha arma sublime
Pela estrada de luz de um fraterno ideal!
Observação. Este soneto é de autoria de José Paes, meu pai, falecido em 2011, com quase 90 anos, poeta autoditada de Sao Sebastião do Paraíso, MG, onde ganhou a vida como sapateiro. Uso esse espaço para divulgar sua obra, homenageando sua memória, com autorização da nossa família.